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27abr17


280 mil indígenas Guarani vivem em quatro países da América do Sul, diz pesquisa que será apresentada hoje no ATL


Você sabe quantos indígenas Guarani existem no mundo? Segundo o Mapa Guarani Continental, ao menos 280 mil pessoas, ao longo de 1,4 mil comunidades em quatro países diferentes - Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai - compartilham uma língua e cultura comuns: o Guarani. O resultado deste trabalho será apresentado nesta quinta-feira, 27, às 19 horas, no 14º Acampamento Terra Livre (ATL), que termina amanhã, em Brasília.

Em três anos de pesquisa, uma equipe voluntária de mais de duzentos indígenas, indigenistas e acadêmicos realizou o levantamento fundiário e demográfico da maior população indígena das terras baixas da América do Sul.

O resultado da investigação virá à apreciação pública em dois formatos: uma publicação - impressa do Mapa trilíngue - português, espanhol e guarani -, acompanhado de um livro, e uma versão digital do material em português.

As mais de 280 mil pessoas Guarani estão distribuídas em 1461 comunidades, aldeias, bairros urbanos ou núcleo familiares nos quatro países. A maior parte da população Guarani - 85 mil pessoas - vive no Brasil, seguidos de 83 mil na Bolívia, 61 mil no Paraguai e 54 mil na Argentina. Segundo a pesquisa, nos últimos vinte anos, os Guarani estão em processo de crescimento populacional, envolvendo altos níveis de fecundidade.

Utilizando dados atualizados, os mapas indicam onde vivem, como se denominam os locais onde habitam, quantos são, e quais são os ecossistemas naturais em que vivem as populações Guarani.

Para os organizadores do Mapa, a pesquisa ajuda a compreender a "extraordinária capacidade demonstrada pelos vários povos guarani para seguir sendo Guarani, depois de cinco séculos de intensa pressão colonial". Transitando desde o litoral do Atlântico até a região pré-andina, os Guarani permanecem vivos, "como protagonistas do presente e construtores do futuro", atualizando e desenvolvendo novos modelos de assentamento em seus territórios ancestrais, hoje cortados pelas fronteiras atuais de diferentes Estados nacionais.

Nesse sentido, o Mapa evidencia as condições em que vivem os Guarani em relação aos Estados, tendo como extremos a severa realidade de espoliação e conflito com produtores de soja, cana e gado no Brasil, e as experiências na Bolívia, onde os Guarani conquistaram o reconhecimento legal da maior parte de seus territorios tradicionais.

A pesquisa também servirá como ferramenta para os indígenas Guarani em suas demandas por territórios e políticas públicas que respeitem sua autonomia como povos que vivem em diferentes países, unidos por vínculos de língua, cosmovisão, história e cultura.

Para o antropólogo e editor do livro do Mapa Guarani Continental, Bartolomeu Melià, a pesquisa visa "fortalecer a resistencia dos Guarani e reafirmar a sua dignidade perante aqueles que querem os excluir", referindo-se à violência cíclica da sociedade não-indígena aos povos Guarani.

Ainda, Melià defende que "a cultura e a economia Guarani sao propostas concretas para outro tipo de sociedade", e que a sociedade colonial pode aprender com os indígenas: "afinal, os nao-guarani tambem podem viver um Nande Reko - um novo modo de ser, mais justo e igualitario, mais pacifico e livre".

[Fonte: Conselho Indigenista Missionário, Brasilia, 27abr17]

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